Dor Oral
A dor orofacial é uma das razões mais frequentes para a procura de cuidados clínicos e tem um impacto significativo na qualidade de vida. Pode resultar de patologias dentárias (cárie, pulpites reversíveis ou irreversíveis, hipersensibilidade dentinária) ou de disfunções neurossensoriais (neuralgias, dores neuropáticas ou nociplásticas) (PMC). O diagnóstico diferencial é crucial, uma vez que “a interpretação errada da origem da dor pode levar a diagnóstico incorreto e consequente má gestão” (PMC).
Classificação e Avaliação
A dor orofacial deve ser compreendida de forma multidimensional, integrando fatores biológicos, psicológicos e sociais. Para uma avaliação adequada, utilizam-se escalas subjetivas, questionários e registos clínicos de dor, adaptados ao contexto do paciente (MDPI).
Manejo Farmacológico
Em situações de dor oral aguda, como após extrações dentárias, as recomendações internacionais apontam os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) - como ibuprofeno ou naproxeno, isolados ou em combinação com paracetamol - como terapia de primeira linha (ScienceDirect).
Uma meta-análise demonstrou que a associação de ibuprofeno e paracetamol é mais eficaz no controlo da dor do que o placebo (PubMed).
Dor em Cirurgia Oral e Contextos Específicos
Na cirurgia oral e na implantologia, a dor é esperada como resposta fisiológica, mas envolve mecanismos fisiopatológicos complexos. O controlo deve ser individualizado e orientado pelos padrões de resposta à dor de cada paciente (PubMed).
Ansiedade e Dor Oral
A ansiedade influencia diretamente a perceção da dor em contexto odontológico. A literatura evidencia que estratégias combinadas - farmacológicas e não farmacológicas (como terapias cognitivo-comportamentais, técnicas de distração ou música) - proporcionam melhores resultados no controlo da dor (PubMed).
Revisões e Tratamentos Emergentes
Em periodontologia, análises recentes reforçam a importância de personalizar os protocolos (anestésicos, anti-inflamatórios ou combinados), considerando fatores como idade, tipo de procedimento e ansiedade do paciente, para garantir maior conforto e eficácia (PubMed).
Na odontopediatria, têm surgido novas abordagens para tornar a anestesia mais confortável, como sprays intranasais, jet injectors e dispositivos vibratórios, que apresentam resultados promissores na redução da dor e da ansiedade em crianças (PubMed).
Em situações de dor oral aguda, o uso de metoxiflurano inalatório tem sido estudado como alternativa de alívio rápido, embora ainda seja necessária mais investigação antes da sua adoção generalizada (JOMOS).
Referências Principais
Labanca M. Orofacial Pain and Dentistry Management – diagnóstico diferencial (PMC)
Green VG et al. Guidelines for pharmacologic management of acute dental pain (2025) (ScienceDirect)
Carrasco-Labra A et al. ADA clinical guideline for acute dental pain in children (2023) (JADA)
Raja J et al. Anxiety and Pain Management in Dental Patients (2025) (PubMed)
Remi RV et al. New approaches to pain control in pediatric dentistry (2023) (PubMed)